Monday, May 2, 2011

Do telefone de Bell ao telemóvel



Na história das comunicações pessoais por telefone há três dados a reter: a invenção do telefone por Bell (em 1876), quando Cooper desenvolve o seu primeiro telemóvel (em 1970) e a chegada da tecnologia digital no início dos anos oitenta do século XX. Conhecer a história das comunicações ajuda a compreender o seu poder e influência na sociedade actual.
O primeiro telefone foi inventado por Alexander Graham Bell, em 1876, em Boston. Mais tarde, em 1921 um primeiro sistema pager, foi usado pelo Departamento de Polícia de Detroit. O primeiro verdadeiro telemóvel, chamado radiotelefone, apareceu em 1940, usado em ambulâncias e táxis. Em 1946, a AT&T e a Southwesterb Bell introduziram o Mobile Telephone System (MTS).
Em 1940 foram implementados sistemas práticos de telemóveis, mas revelaram-se pouco eficientes (Brown, 2001). Havia poucos canais e muitos pedidos de subscritores. Foi necessário esperar algum tempo para que os engenheiros de telemóveis desenvolvessem um método de reutilização de frequência para aumentar os canais. Este novo tipo de telemóveis era visto como um telefone móvel celular. Em 1979, os japoneses (operadora NTT) adiantaram-se aos americanos e inauguraram uma rede que cobria a área metropolitana de Tóquio. Em 1981, foi lançada a primeira rede telefónica celular internacional do mundo escandinavo, a NMT, envolvendo a Suécia, Noruega, Dinamarca e Finlândia. A empresa Nokia foi a primeira a introduzir os primeiros telefones de viaturas para a rede. Em 1982, os americanos entraram na corrida, com a criação do padrão analógico (adoptado por diversos países).
Foi durante os finais da década de 1970 e a década de 1980 que se iniciou o que se viria a designar por primeira geração (1G), primeiro sistema real de comunicações móveis, inicialmente conhecido como redes celulares analógicas . O serviço analógico, baptizado como a “primeira geração” (1G), deu lugar às redes digitais, “segunda geração” (2G), iniciadas nos anos 90 , com codificação digital de voz (Metcalf, 2006; Ribeiro & Amorim, 2002) e oferta de recursos multimédia para transmissão de dados, baseados na comutação de circuitos. A segunda e meia geração (2,5G) veio oferecer melhorias significativas à transmissão de dados e adoptou a tecnologia de pacotes GPRS (General Packet Rádio Service) (Metcalf, 2006; Taurion, 2002).
A terceira geração (3G) é um sistema designado por UMTS (Universal Mobile Telecommunications System) com largura de banda superior à anterior e oferta de serviços baseados na comutação de pacotes, usando a Internet Protocol (IP), possibilitando uma ligação virtual sempre disponível. Os serviços 3G acrescentam uma dimensão móvel inimaginável aos serviços que já pertencem à vida moderna, o que permite substituir um computador de secretária ou computador portátil por um terminal de bolso, com acesso à Internet e Intranet, videoconferência e partilha interactiva de aplicações (Ribeiro & Amorim, 2002). Se a primeira geração de telemóveis foi optimizada para a comunicação de voz, a terceira geração diferencia-se pelas conexões eficientes com as redes TCP/IP e pelos usos complementares que aproveitam esta capacidade técnica (Romaní et al., 2007).
A tecnologia 3G (e em breve a 4G) é uma realidade e o mercado de consumo está a posicionar-se face a esta tecnologia. Os mais optimistas anunciam uma evolução crescente do mercado (Levinson, 2003; Steinbock, 2005). Desde que a Internet tomou conta de grande parte das nossas vidas que somos obrigados a estar sentados por trás de uma secretária. Em contrapartida, o telemóvel, em especial o 3G, permite-nos estar sempre conectados em mobilidade. O telemóvel explora a história da mobilidade nos media e observa o impacto de um único dispositivo de mão capaz de permitir conversar de viva voz ou texto, tornando-se numa “complexa vela da vida humana” (Levinson, 2003). Com a proliferação da tecnologia Wireless os restaurantes, os transportes públicos, os jardins públicos tornaram-se locais de acesso ao ciberespaço.
Já ninguém duvida que estamos na era da revolução móvel. Estamos a passar do negócio da voz, para o negócio do olhar (Steinbock, 2005). Levinson (2003) considera que a cultura da mobilidade mostrará que os utilizadores consumirão muito mais rede através dos seus telemóveis do que dos seus computadores. Este cenário será possível quando se verificar a oferta de Internet pelo telemóvel sem custos adicionais, nem limite de volume de consumo e facilidade de acesso às redes Wi-Fi ou outras que vierem a aparecer. A conjugação destes três elementos resultará numa expansão sem precedentes no acesso à Internet. Neste momento, são os elevados custos das conexões os principais obstáculos ao seu desenvolvimento.

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